tag:blogger.com,1999:blog-35605163060978353292023-11-16T16:01:51.927-03:00Haja hoje para tanto ontem...Paulo Leminski tinha mesmo razão!
Citações, confabulações, indagações, conversa de boteco, psicologia de salão de beleza e uma pitada generosa de filosofia.Unknownnoreply@blogger.comBlogger348125tag:blogger.com,1999:blog-3560516306097835329.post-10200046156545745872010-11-08T13:14:00.000-02:002010-11-08T13:14:56.359-02:00O medo sempre me guiou para o que eu quero.E porque eu quero, temo. Muitas vezes foi o medo que me tomou pela mão e me levou. O medo me leva ao perigo. E tudo o que eu amo é arriscado.<br />
Clarisse LispectorUnknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3560516306097835329.post-7200960253431992252010-11-07T23:53:00.000-02:002010-11-07T23:53:25.312-02:00O menor desvio inicial da verdade multiplica -se ao infinito à medida que avança.Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3560516306097835329.post-16671463540887928402010-07-21T03:37:00.000-03:002010-07-21T03:38:15.056-03:00[definições]Cansado anseio do meu coração sangrando memórias e barulhando segredos. Pulsando sempre um eu tão cheio de ti que nem sei bem quem me tornei, além daquilo que carrego em mim, comigo. Há mais de ti em mim que jamais imaginava ser possível. E é isso que me faz assim, tão tua, sem ser tua. Tão tua, que me perco em ti, dentro de mim.Unknownnoreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-3560516306097835329.post-66662396804553830492010-07-13T21:08:00.001-03:002010-07-13T21:22:51.826-03:00Ode marítima<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG5m39JfvJG-Nj7HfzGuS8X4-k9a51dAGpaegkJnnWFDeX6B-lhEClaAk4pV5BWqIg7vlAU41ExWcprcmNCc_OfPBEVGxnf1UlhFLPFNvI5g4YlXpn3aQnskycHpRc-_EdFIur26ejCZXD/s1600-h/cais.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5308418001940935810" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG5m39JfvJG-Nj7HfzGuS8X4-k9a51dAGpaegkJnnWFDeX6B-lhEClaAk4pV5BWqIg7vlAU41ExWcprcmNCc_OfPBEVGxnf1UlhFLPFNvI5g4YlXpn3aQnskycHpRc-_EdFIur26ejCZXD/s400/cais.jpg" style="cursor: hand; display: block; height: 280px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 400px;" /></a><br />
<div><blockquote><div>(...)</div><div>Ah, todo cais é uma saudade de pedra!<br />
E quando o navio larga do cais</div><div>E se repara de repente que se abriu um espaço</div><div>Entre o cais e o navio,</div><div>Vem-me, não sei por que, uma angústia recente,</div><div>Uma névoa de sentimentos de tristeza</div><div>Que brilha ao sol das minhas angústias relvadas</div><div>Como a primeira janela onde a madrugada bate,</div><div>E me envolve como uma recoração duma outra pessoa</div><div>Que fosse misteriosamente minha.</div><div>(...)</div><div>E, sem que nada se altere,</div><div>Tudo se revela diverso.</div><div>(...)</div><div>Na minha imaginação ele está já perto e é visível</div><div>Em todaa extensão das linhas das suas vigias,</div><div>E treme em mim, tudo, toda a carne e toda a pele,</div><div>Por causa daquela criatura que nunca chega em nenhum barco</div><div>E eu vim esperar hoje ao cais, por um mandado oblíquo.</div><div>(...)</div><div>Escuto-te de aqui, agora , e desperto a qualquer coisa.</div><div>Estremece o vento. Sobe a manhã. O calor abre.</div><div>Sinto corarem-me as faces.</div><div>Meus olhos conscientes dilatam-se.</div><div>O êxtase em mim levanta-se, cresce, avança, (...)</div><div>Apelo lançado ao meu sangue</div><div>Dum amor passado, não sei onde, que volve</div><div>E ainda tem força par me atrair e puxar,</div><div>Que ainda tem força par me fazer odiar esta vida</div><div>Que passo entre a impenetrabilidade física e psíquica</div><div>Da gente real com que vivo!</div><div>(...)Ardo vermelho!</div><div>(...)</div><div>Perde-te, segue o teu destino e deixa-me...</div><div>Eu quem sou para que chore e interrogue?</div><div>Eu quem sou para que te fale e te ame?</div><div>Eu quem sou para que me perturbe ver-te?</div><div>Larga do cais, cresce o sol, ergue-se o ouro,</div><div>Luzem os telhados dos edifícios do cais,</div><div>Todo o lado de cá da cidade brilha...<br />
Parte, deixa-me, torna-te</div><div>Primeiro o navio a meio do rio, destacado e nítido,</div><div>Depois o navio a caminho da barra, pequeno e preto,</div><div>Depois ponto vago no horizonte (ó minha angústia!),</div><div>Ponto cada vez mais vago no horizonte...</div><div>Nada depois, e só eu e a minha tristeza,</div><div>E a grande cidade agora cheia de sol </div><div>E a hora real e nua como um cais já sem navios,</div><div>E o giro lento do guindaste que como um compasso que gira, </div><div>Traça um semicírculo de não sei que emoção</div><div>No silêncio comovido da minh'alma...</div><div><span style="font-size: 85%;">Álvaro de Campos (heterônimo de Fernando Pessoa)</span></div></blockquote></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3560516306097835329.post-86376592388412343472010-06-25T16:59:00.002-03:002010-06-25T17:03:27.478-03:00Advogado terminando namoro<blockquote>Prezada Otaviana de Albuquerque Pereira Lima da Silva e Souza, <br />
Face aos acontecimentos de nosso relacionamento, venho por meio desta, na qualidade de homem que sou, apesar de VSa. não me deixar demonstrar, uma vez que não me foi permitido devassar vossa lascívia, retratar-me formalmente, de todos os termos até então empregados à sua pessoa, o que faço com supedâneo no que segue:<br />
<br />
<br />
A) DA INICIAL MÁ-FÉ DE VOSSA SENHORIA:<br />
<br />
1.1. CONSIDERANDO QUE nos conhecemos na balada e que nem precisei perguntar seu nome direito, para logo chegar te beijando;<br />
<br />
1.2. CONSIDERANDO seu olhar de tarada enquanto dançava na pista esperando eu me aproximar;<br />
<br />
1.3. CONSIDERANDO QUE com os beijos nervosos que trocamos naquela noite, V.Sa. me induziu a crer que logo estaríamos explorando nossos corpos, em incessante e incansável atividade sexual. Passei então, a me encontrar com Vossa Senhoria.<br />
<br />
<br />
B)DOS PREJUÍZOS EXPERIMENTADOS:<br />
<br />
2.1. CONSIDERANDO QUE fomos ao cinema e fui eu que paguei as entradas, sem se falar no jantar após o filme; <br />
<br />
2.2. CONSIDERANDO QUE já levei Vossa Senhoria em boates das mais badaladas e caras, sendo certo que fui eu, de igual sorte, quem bancou os gastos;<br />
<br />
2.3. CONSIDERANDO QUE até à praia já fomos juntos, sem que Vossa Senhoria gastasse um centavo sequer, eis que todos os gastos eram por mim experimentados, e que Vossa Senhoria não quis nem colocar biquíni alegando que estava ventando muito,<br />
<br />
<br />
C) DAS RAZÕES DE SER DO PRESENTE:<br />
<br />
3.1. CONSIDERANDO AINDA QUE até a presente data, após o longínquo prazo de duas semanas, Vossa Senhoria não me deixou tocar, sequer na sua panturrilha;<br />
<br />
3.2. CONSIDERANDO QUE Vossa Senhoria ainda não me deixa encostar a mão nem na sua cintura com a alegaçãozinha barata de que sente cócegas,<br />
<br />
<br />
DECIDO SOBRE NOSSO RELACIONAMENTO O SEGUINTE:<br />
<br />
4.1. Vá até a mulher de vida airada que também é sua progenitora, pois eu não sou mais um ser humano do sexo masculino que usa calças curtas e a atividade sexual não é para mim um lazer, mas sim uma necessidade premente; <br />
<br />
4.2. Não me venha com 'colóquios flácidos para acalentar bovinos' (conversa mole pra boi dormir!) de que pensava que eu era diferente;<br />
<br />
4.3. Saiba que vou te processar por me iludir aparentando ser mulher dos meus sonhos, e, na verdade, só me fez perder tempo, dinheiro e jogar elogios fora, além de me abalar emocionalmente.<br />
<br />
Sinceramente, sem mais para o momento, fique com o meu cordial 'vá tomar no meio do olho do orifício rugoso e corrugado localizado na região infero-lombar de sua anatomia' que esse relacionamento já inflou o volume da minha bolsa escrotal!<br />
<br />
Dou assim por encerrado o nosso relacionamento, nada mais subsistindo entre nós, salvo o dever de indenização pelos prejuízos causados.</blockquote>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3560516306097835329.post-54934254819642164262010-06-24T18:26:00.001-03:002010-06-24T18:27:37.507-03:00E começa assim outra estória...<object width="480" height="385"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/wjcWit5ytkE&hl=pt_BR&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/wjcWit5ytkE&hl=pt_BR&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="480" height="385"></embed></object><blockquote>Eu não sei o que me domina<br />
E mesmo assim não penso em me livrar<br />
Num fascínio de alma gêmea<br />
Você em mim constrói o seu lugar<br />
O amor se fez me levando além onde ninguém mais<br />
Criou raiz, ancorou de vez, fez de mim seu cais<br />
Lendo a rota das estrelas<br />
Nesse abraço se fez um ciclo<br />
Que não tem fim e é todo o meu viver<br />
É como alcançar o infinito<br />
Reflete em mim e volta pra você<br />
O amor se fez me levando além onde ninguém mais<br />
Criou raiz, ancorou de vez, fez de mim seu cais<br />
Lendo a rota das estrelas<br />
O amor surgiu como um em mil, por você eu vim<br />
E assim será a me conduzir, sem mandar em mim<br />
Como o vento e o barco a vela, que nos leva sem fim<br />
<span style="font-size: x-small;">Ciclo (Jorge Vercilo/Dudu Falcão)</span></blockquote>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3560516306097835329.post-50557234711633955902010-06-24T18:23:00.000-03:002010-06-24T18:23:21.509-03:00Quem eu sou pra querer entender o amor?<blockquote>(...)A paixão veio assim afluente sem fim rio que não deságua <br />
Aprendi com a dor nada mais é o amor que o encontro das águas (...)<br />
Qual de nós foi buscar o que já viu partir, quis gritar, mas segurou a voz,<br />
quis chorar, mas conseguiu sorrir? (...)<br />
<span style="font-size: x-small;">Encontro das Águas (Jota Maranhão / Jorge Vercillo)</span></blockquote>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3560516306097835329.post-19003897238253251532010-06-22T23:39:00.000-03:002010-06-22T23:39:53.075-03:00Escrever é esquecer...<blockquote>Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e a arte de representar) entretêm. A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas porque usam de fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana. Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso.<br />
<span style="font-size: x-small;">Fernando Pessoa</span> </blockquote>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3560516306097835329.post-82215903850800007142010-06-22T05:24:00.001-03:002010-06-22T05:25:38.332-03:00Paulo Coelho, meu caro......eu realmente olhei para a estrada diante dos meus olhos e entendi <strike>mas não estou feliz a ponto de estourar fogos de artifício por isso</strike> que minha caminhada ia ser muito difícil. <strike>Algum dia foi fácil?</strike> Sempre <strike>dentro do possível</strike> mantenho minhas portas abertas, minhas mãos trabalhando e meus pés em movimento. E estou tremendamente grata <strike>grata?!?</strike> por desejar que minha caminhada seja lenta porque o meu ritmo é o ritmo da mudança. Como você mesmo disse: 'a verdadeira mudança, sempre leva muito tempo para acontecer.' <strike>Muito embora adoraria que tudo isso fosse possível num estralar de dedos...</strike><br />
Ainda bem que eu sou otimista...Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3560516306097835329.post-37967406870285881472010-06-21T18:25:00.002-03:002010-06-21T18:29:12.313-03:00Boatos, intrigas, calúnia, mentira, inveja, traição e maldade<div align="left">Para o bom entendedor meia palavra basta. Já para aquele que não quer entender, deixo cá o meu silêncio e a lástima pela falta de interesse em verdades reais e concretas. Se lido bem com as palavras, não lhe peço desculpas. Devo a um fantástico professor chamado Ir Balestro... Reclame com ele. Sei que não devo nada, absolutamente nada a ninguém, e meu caráter, pois, continua intacto. As minhas palavras jamais serão um amontoado de discursos vazios. Eu não minto. Eu não omito. Eu sou real, sincera e verdadeira. E disso jamais poderão me acusar. Que fiquem, pois, os 'achismos' e a crença em terceiros... que nem sequer me conhecem a fundo, afinal, "As palavras são como os patifes desde o momento em que as promessas os desonraram. Elas tornaram-se de tal maneira impostoras que me repugna servir-me delas para provar que tenho razão."<br />
<br />
Escrito há um tempo, já postado, mas que veio a calhar no momento... Achei que valia a pena complementar o post com mais um tantinho da grandiosa obra de Shakespeare e o faço agora, antes de postar o artigo que já pertencia a esta casa aqui. Sem mais delongas, aí vai. <br />
<br />
Otelo é uma das mais conhecidas tragédias de William Shakespeare cujo cerne é o ciúme, a insensatez e a perfídia. Um dos maiores e melhores exemplos de como a palavra pode se tornar manipuladora e desencadear uma série de consequências irremediáveis. Como diria Sardas, 'influência da palavra como criadora de fatos (...) usada para fomentar intrigas, para intrigar corações, para mudar a vida das pessoas, para mudar o rumo das coisas, para provocar rupturas, para criar adesões."<br />
<br />
Iago, o invejoso alferes de Otelo, primeiro despertou a ira de Brabâncio, contando que sua filha, a boa e doce Desdêmona, fugira com o Mouro:<br />
<br />
<blockquote>Irra, senhor! Irra! O senhor está roubado! Vista-se, por decência!, despedaçaram-lhe o coração, perdeu metade da sua alma; agora mesmo, neste instante, um velho carneiro negro está cobrindo a sua ovelha branca. Levante-se, erga-se! Acorde com o toque de rebate os cidadãos que ressonam descuidados, quando não o diabo fá-lo à avô. Erga-se: digo-lhe eu.</blockquote>E quando Brabâncio, aturdido, pergunta-lhe que é, responde o intrigueiro:<br />
<br />
<blockquote>Sou aquele que lhe vem anunciar que sua filha e o mouro estão agora perfazendo o animal de duas costas.</blockquote>Não satisfeito, e ambicionado o posto do tenente Cássio, Iago, ainda com a força da palavra, instiga Rodrigo, que é apaixonado por Desdêmona, fazendo-o crer que a doce dama por aquele se apaixonara:<br />
<br />
<blockquote>Põe o teu dedo asim e deixa que a tua alma seja instruída. Repara com que violência ela primeiro amou o Mouro, somente pela sua jactância e fantasiosas mentiras. Ama-lo-á ela ainda pelo seu palavreado? Não deixes que o pense o teu discreto coração. Os seus olhos precisam de alimento; e que deleite poderá ela ter em olhar para o diabo? - Quando o sangue está entorpecido pela ação dos deleites, deveria haver - para outra vez o inflamar e saciar -, um novo apetite - beleza que ajudasse, harmonia de idade, maneiras e encantos; tudo isto falta ao Mouro. À mingua destes requisitos essenciais, a sua delicada ternura se achará iludida, começará a sentir náuseas, a enjoar-se e a aborrecer o Mouro. A própria natureza a instruirá no assunto e a compelirá a uma segunda escolha. Agora, posto isto (e é uma suposição a mais fecunda e natural), quem está tão iminente nos degraus desta fortuna como Cássio? - um biltre extremamente volúvel -, com tanta capacidade quanta basta para se envolver nas formas polidas e decentes, com que melhor possa encobrir o seu obsceno e libertino afeto? Ninguém, com certeza ninguém, um sutil e insinuante patife, um farejador de ocasiões, que tem olhos capazes de publicar e simular quando mesmo tais fortunas nunca se deram; um endiabrado velhaco! Além disso, o patife é bonito, novo e tem todos os requisitos que a doidice e a imaginação inexperiente procuram. Um biltre completo, pestilento; e a mulher já está eivada.</blockquote>E, numa clara demonstração de suas intenções , Iago planeja <em>derramar peçonha no ouvido</em> do Mouro, levando-o, envolvido com as palavras do alferes, a matar a bela Desdêmona.<br />
<br />
<blockquote>Divindade do inferno!, quando os diabos sugerem os mais negros pecados, tentam-nos primeiro com aparências celestiais, como eu faço agora; porque enquanto este honesto imbecil pede a Desdêmona que repare a sua fortuna, e ela intercede por ele junto do Mouro, <span style="background-color: yellow;">eu derramarei esta peçonha no seu ouvido</span>: - Que ela o protege por motivo da luxúria do seu corpo; - e quanto mais ela tratar de fazer bem, mais destruirá o próprio crédito no conceito do Mouro. Assim transformarei a sua virtude em pez; e a sua própria bondade farei a rede que os colherá a todos.</blockquote><br />
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<br />
<br />
Segue o post antigo...<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcq0151YqwioSDVDAqgK84LkDHCyddK1GY3jMsIia61pGNtsA5uxETmJeVc63lErHWjOTpES8EEdtxAVcrFq_KPXyt83-LGZ4ChIvL63Q7OuT6nj9iNnkhv6NppKr-kuuo4bRwHYsBg7Gy/s1600-h/CalumnyBotticelli.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5303190946871586482" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcq0151YqwioSDVDAqgK84LkDHCyddK1GY3jMsIia61pGNtsA5uxETmJeVc63lErHWjOTpES8EEdtxAVcrFq_KPXyt83-LGZ4ChIvL63Q7OuT6nj9iNnkhv6NppKr-kuuo4bRwHYsBg7Gy/s400/CalumnyBotticelli.jpg" style="cursor: hand; display: block; height: 265px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 400px;" /></a><span style="font-size: 85%;"> A Calúnia de Apeles - Sandro Botticelli, 1494-5</span><br />
<br />
Sabe o que eu mais gosto em Shakespeare? A atualidade dos seus temas. Por incrível que pareça a humanidade é tendenciosa e peca sempre nos mesmos erros.<br />
<br />
Infelizmente, não há uma só pessoa na terra que não tenha experimentado o amargor de estar enleada numa teia de intrigas, manipuladores e afins. Triste, mas real.<br />
<br />
Neste texto dramático de William Shakespeare, deparamo-nos com uma tragédia na qual o herói, Otelo, é o general reconhecido pelo sucesso obtido nos campos e mares de batalha, de onde sempre traz a vitória aos venezianos. Ao assumir a posição de chefe de Estado em Chipre, nomeia Cássio como seu segundo homem, despertando a inveja de Iago, que irá conduzir a ação rumo ao caos, característica própria da tragédia shakespeareana. A trama desenvolve-se em torno desse sentimento de inveja e do ciúme que Iago instila em Otelo, fazendo-o acreditar que sua esposa Desdêmona o trai com o tenente Cássio. O conflito entre o sentimento de amor que o general nutre pela mulher, e a desconfiança incitada por Iago, termina conduzindo à queda do herói, que, debilitado psicologicamente, mata a amada, sufocando-a com travesseiros. Declarado assassino, Otelo é destituído do posto de general e é sentenciado à prisão. Seguindo o modelo do herói estóico do teatro elizabethano, Otelo profere o seguinte monólogo, antes de suicidar-se com um punhal, diante dos representantes do governo veneziano:<br />
<br />
<blockquote>Uma palavra ou duas, por favor.<br />
Fiz serviços ao Estado; eles o sabem –<br />
Não importa. O que peço é que nas cartas<br />
Em que contarem estes tristes fatos,<br />
Falem de mim qual sou. Não dêem desculpas,<br />
E nem usem malícia. Falem só<br />
De alguém que, não sabendo amar, amou<br />
Demais. De alguém que nunca teve fáceis<br />
Os ciúmes; porém que – provocado –<br />
Inquietou-se ao estremo; cujos dedos,<br />
Como os do vil hindu, jogaram fora<br />
Uma pérola rara, mais preciosa<br />
Que toda a sua tribo; alguém que alheio<br />
Ao hábito das lágrimas, verteu-as<br />
Em abundância, como verte a goma<br />
A seiva de uma árvore da Arábia.<br />
E digam que em Alepo, certo dia,<br />
Quando um maligno turco de turbante<br />
Agrediu um varão veneziano<br />
E insultou rudemente a sua terra,<br />
Peguei a goela ao cão circuncidado<br />
E o golpeei assim!<br />
<span style="font-size: x-small;">(HELIODORA, 2006. p.692)</span></blockquote><div align="left"><br />
<br />
O boato é habitualmente criado pelo inimigo ou adversário que, descobrindo uma descontinuidade, ou uma zona de distorção, imediatamente se dispõe a utilizá-la e a fazer disso uma arma de arremesso. É por isso uma arma dos fracos. E dos covardes. Os autores do boato nunca se revelam. Alimentam-se no - e do - anonimato. E dá-se muitas vezes o caso de o autor do boato remeter para uma fonte a montante. Por isso, na maior parte dos casos, não há propriamente um autor, há antes uma confraria que vai acrescentando um ponto ao conto.<br />
<br />
Na mesma família do boato existe um processo de distorção da realidade, com o objetivo de prejudicar terceiros, que é a intriga. A intriga é um sistema, é um caldo de cultura, em que se fabricam os boatos. O boato é o produto do campo da intriga. E a intriga tem os seus cultivadores, semeadores. Pessoal altamente especializado que reorganizou a inveja e a incapacidade de 'fazer' neste sistema de detração universal. Os intriguistas são seres ultrapassados pelo comboio da vida a quem não resta senão atirar pedras, tanto mais tontas e inconsequentes, quanto maior for a velocidade a que ele se desloca. A calúnia é já um processo de mentira objetiva e dolosa. O caluniador sabe que está a mentir e que a sua mentira prejudicará o visado, mas usa-a deliberadamente para produzir o efeito pretendido. A calúnia tem um emissor identificado. Ela não é uma estratégia anônima como o boato, e é, por isso, menos covarde na metodologia, mas igualmente dolosa no processo e na má-fé.<br />
<br />
O problema da boato, da calúnia e da intriga é que se constituem como uma economia paralela à economia da verdade. Diminuem o PIB e aumentam o déficit. São forças de bloqueio à produção de riqueza e ao aumento da coesão social. A intriga é uma arma dos pobres de espírito que, sendo incapazes de produzir e de se afirmar por aquilo que são, tentam sobreviver à custa de afirmar aquilo que os outros não são.<br />
<br />
Há milhares de Iagos espalhados por aí. Homens e mulheres escondidos atrás de máscaras ridículas de vítimas iverossímeis que demoram a cair. Estragam as relações das pessoas porque elas mesmas não sabem se relacionar com os outros. Mentem, manipulam, traem, gerenciam intrigas e calúnias das mais variadas formas, plantam rumores e fofocas e invejam o que não possuem e quando não possuem ou se lhes escapa das mãos, não medem esforços na maldade para reconquistar o 'prêmio'. E enganam a todos, sem remorso, nunca tomando a culpa para si, são sempre vítimas das intrigas e calúnias que elas mesmos criaram. Não há limites para a maldade. Ai de quem se põe diante de seu caminho!<br />
<br />
Não consigo enxergar uma vantagem sequer em conseguir aquilo que se quer passando por cima de todos os valores, esmagando as pessoas, denegrindo-as e criando estórias inexistentes só para ver o circo pegar fogo. Achando que, assim, tira-as do caminho. Lobos em pele de cordeiro. Infelizmente quando você descobre, já é tarde...<br />
<br />
Com sorte, um dia a máscara cai. Um dia... Assisto de camarote, pois!<br />
<br />
Já estava a ir-me quando me lembrei de um trechinho de Paulo Coelho - e nisso ele estava certo - que diz que:<br />
<br />
</div><blockquote><div align="left">O demônio é sábio: podendo evitar trabalho, ele evita.<br />
Sempre que pode, ele lança mão de sua armadilha mais fácil e mais efetiva: a intriga.<br />
Quando a usa, o demônio faz pouco esforço - porque é o próprio homem quem trabalha para ele.<br />
Com palavras mal dirigidas, são destruídos meses de dedicação, anos em busca de harmonia.<br />
Frequentemente somos vítimas desta armadilha.<br />
Não sabemos de onde vem o golpe covarde, e não temos como provar que a intriga é falsa.<br />
A intriga não permite o direito de defesa: condena sem julgamento.<br />
Assim como às vezes somos as vítimas, outras vezes somos tentados a exercer o papel do carrasco.<br />
Por isso, cuidado com as palavras; elas têm poder, e o demônio sabe disso.</div></blockquote><div align="left"><br />
Caí de paraquedas, infelizmente, mas não há de ser nada. Eu sobrevivo. Tenho bons ombros pra carregar o peso do fardo. Há de ser só mais um teste do 'Cara lá de cima' pra ver se eu aguento o tranco. Que ano de provações. O que passou e o que entrou. Alguma dúvida? Eu supero. Ah, se supero. <em>Ego sum qui sum</em>. Infeliz de quem plantou a intriga e fez-se de vítima. Jamais e grifo bem JAMAIS falo daquilo que não sei porque não quero que façam comigo o que não gostaria que fizessem. E busco os porquês e as provas para mim porque só a mim interessa. Não faço uso de mentiras. Sou jornalista e busco fontes mais do que confiáveis. Sempre. Em tudo o que faço na vida. Não confio no <em>diz-que-me-disse</em>. <br />
<br />
Tenho que confessar que, neste caso específico, cada vez que busco a verdade, mais ela me assusta... E não, não faço intrigas porque cresci vendo em que poço de maldade é capaz de afundar o ser. E isso não quero pra mim JAMAIS!!! Sou transparente. Sou o que sou. Não preciso de estorinhas ou mirabolices para tornar-me mais interessante. Sou bem resolvida quanto a isso. Mais uma vez: <em>ego sum qui sum</em>. Sou o que sou. Sou porque busco ser. E não preciso atropelar ninguém para isto. Acredite você ou não. Mas isso, o tempo há de mostrar. Falem o quanto quiserem. Se incomodo, não sei. Esse ódio todo, felizmente, não me atinge. Como diria Shakespeare, é o veneno que você toma querendo que eu morra. </div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3560516306097835329.post-26191456038078751672010-06-20T23:10:00.001-03:002010-06-20T23:13:48.831-03:00O que é bom? E o que não é bom? Será preciso alguém pra nos dizer isso?<span style="color: #666666;"> <blockquote><span style="color: #666666;">Acho a maior graça. Tomate previne isso,cebola previne aquilo, chocolate faz bem, chocolate faz mal, um cálice diário de vinho não tem problema, qualquer gole de álcool é nocivo, tome água em abundância, mas não exagere...<br />
<br />
Diante desta profusão de descobertas, acho mais seguro não mudar de hábitos.<br />
<br />
Sei direitinho o que faz bem e o que faz mal pra minha saúde.<br />
<br />
Prazer faz muito bem.<br />
Dormir me deixa 0 km.<br />
Ler um bom livro faz-me sentir novo em folha.<br />
Viajar me deixa tenso antes de embarcar, mas depois rejuvenesço uns cinco anos.<br />
Viagens aéreas não me incham as pernas; incham-me o cérebro, volto cheio de idéias.<br />
Brigar me provoca arritmia cardíaca.<br />
Ver pessoas tendo acessos de estupidez me<br />
embrulha o estômago.<br />
Testemunhar gente jogando lata de cerveja pela janela do carro me faz perder toda a fé no ser humano.<br />
E telejornais... os médicos deveriam proibir - como doem!<br />
Caminhar faz bem, dançar faz bem, ficar em silêncio quando uma discussão está pegando fogo,<br />
faz muito bem! Você exercita o autocontrole e ainda acorda no outro dia sem se sentir arrependido de nada.<br />
Acordar de manhã arrependido do que disse ou do que fez ontem à noite é prejudicial à saúde!<br />
E passar o resto do dia sem coragem para pedir<br />
desculpas, pior ainda!<br />
Não pedir perdão pelas nossas mancadas dá câncer, não há tomate ou mussarela que previna.<br />
Ir ao cinema, conseguir um lugar central nas fileiras do fundo, não ter ninguém atrapalhando sua visão, nenhum celular tocando e o filme ser espetacular, uau!<br />
Cinema é melhor pra saúde do que pipoca!<br />
Conversa é melhor do que piada.<br />
Exercício é melhor do que cirurgia.<br />
Humor é melhor do que rancor.<br />
Amigos são melhores do que gente influente.<br />
Economia é melhor do que dívida.<br />
Pergunta é melhor do que dúvida.<br />
Sonhar é melhor do que nada!</span><br />
<span style="color: #666666; font-size: x-small;">Luís Fernando Veríssimo</span></blockquote></span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3560516306097835329.post-54662370226914646472010-04-04T10:04:00.002-03:002010-04-04T10:10:17.880-03:00Tudo na vida se reduz a uma única frase: pra ganhar, tem que perder. O que a gente faz é dar o devido peso às coisas. Se elas valem a pena, por que não? O gris existe. Não só o preto e o branco.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3560516306097835329.post-16021376851664264952010-04-04T04:54:00.002-03:002010-04-04T04:54:33.153-03:00É o silêncio que acaba por dilacerar a alma ávida por ruídos. E o corpo anseia pela vida que - junto contigo - se deixa esvair entre os dedos...Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3560516306097835329.post-43528964179607562162010-04-04T04:53:00.000-03:002010-04-04T04:53:20.514-03:00EternidadeO sol que invade a sala das lembranças não aquece mais a alma. Já é hora de fechar as gavetas da esperança e o armário da mente conturbada. Deixo a cama pronta pra partida do sonho. Lacro o frasco do eterno pra não perder a essência dos bons momentos. E bebo do teu veneno antes que me entregues em bandeja de prata e vire um bibelô qualquer na estante empoeirada do teu passado.<br />
Ah, desejo besta de te ter ao menos na memória e que me guardes na tua feito pedra preciosa...Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3560516306097835329.post-13697180669094881122010-04-04T04:46:00.000-03:002010-04-04T04:46:15.534-03:00InsuficiênciaNada se move. Nem uma folha sequer. E eu permaneço estagnada ainda que mantenha-me ocupada em todos os malditos minutos no dia. Nada se move. Não há vento algum pra varrer essa sujeirada que se acumulou no caminho. Chove - e muito! -, mas a água não é suficiente pra lavar a crosta grossa de decepções que começa a pesar o corpo...Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3560516306097835329.post-66401124864342256582010-04-04T02:38:00.002-03:002010-04-04T02:38:57.800-03:00Nem se me conhecesse em cores - ou em gris, vez em quando - Clarice Lispector me traduziria tão bem...<blockquote>Sou composta por urgências: minhas alegrias são intensas; minhas tristezas, absolutas. Me entupo de ausências, me esvazio de excessos. Eu não caibo no estreito, eu só vivo nos extremos.<br />
<span style="font-size: x-small;">Clarice Lispector</span></blockquote>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3560516306097835329.post-80020301054080217102010-04-03T03:56:00.001-03:002010-04-03T03:57:10.841-03:00NormoseCuritiba, 17-18°C, Sexta-feira Santa à noite: sopa Leão Veloso, suco de tangerina e entre uma besteira e outra, algo filosófico surgia...<br />
<blockquote>'Normose'<br />
(a doença de ser normal)<br />
<br />
Todo mundo quer se encaixar num padrão. Só que o padrão propagado não<br />
é exatamente fácil de alcançar. O sujeito "normal" é magro, alegre,<br />
belo, sociável, e bem-sucedido. Bebe socialmente, está de bem com a<br />
vida, não pode parecer de forma alguma que está passando por algum<br />
problema. Quem não se "normaliza", quem não se encaixa nesses padrões,<br />
acaba adoecendo. A angústia de não ser o que os outros esperam de nós<br />
gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações<br />
de não enquadramento.<br />
<br />
A pergunta a ser feita é: quem espera o quê de nós? Quem são esses<br />
ditadores de comportamento que "exercem" tanto poder sobre nossas<br />
vidas? Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja<br />
assim ou assado. Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha<br />
"presença" através de modelos de comportamento amplamente divulgados.<br />
<br />
A normose não é brincadeira. Ela estimula a inveja, a auto-depreciação<br />
e a ânsia de querer ser o que não se precisa ser. Você precisa de<br />
quantos pares de sapato? Comparecer em quantas festas por mês? Pesar<br />
quantos quilos até o verão chegar?<br />
<br />
Então, como aliviar os sintomas desta doença? Um pouco de auto-estima<br />
basta. Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem<br />
todas as regras bovinamente, e sim, aquelas que desenvolveram<br />
personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu<br />
modo. Criaram o seu "normal" e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não<br />
passaram adiante. O normal de cada um tem que ser original. Não<br />
adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros. É<br />
fraude. E uma vida fraudulenta faz sofrer demais.<br />
<br />
Eu simpatizo cada vez mais com aqueles que lutam para remover<br />
obstáculos mentais e emocionais e tentam viver de forma mais íntegra,<br />
simples e sincera. Para mim são os verdadeiros normais, porque não<br />
conseguem colocar máscaras ou simular situações. Se parecem sofrer, é<br />
porque estão sofrendo. E se estão sorrindo, é porque a alma lhes é<br />
iluminada. A normose está doutrinando erradamente muitos homens e<br />
mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e<br />
felizes.<br />
<br />
<span style="font-size: x-small;"><em>Michel Schimidt</em></span><br />
<span style="font-size: x-small;">Psicoterapeuta</span></blockquote><br />
Normal? Eu? Postando às 3:56 da madruga... Sei não.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3560516306097835329.post-42309219693526652502010-03-25T14:06:00.000-03:002010-03-25T14:06:33.465-03:00Se<blockquote>se<br />
nem <br />
for<br />
terra<br />
se<br />
trans<br />
for <br />
mar<br />
<span style="font-size: x-small;">(Paulo Leminski)</span></blockquote>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3560516306097835329.post-20419195181549444892010-03-24T22:36:00.000-03:002010-03-24T22:36:11.821-03:00Me joga no google, me chama de pesquisa e diz que eu sou tudo o que você procurava...Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3560516306097835329.post-67046254365305315002010-03-17T02:08:00.000-03:002010-03-17T02:08:22.716-03:00Do tamanho da minha intensidade<blockquote>Sou composta por urgências: minhas alegrias são intensas; minhas tristezas, absolutas. Me entupo de ausências, me esvazio de excessos. Eu não caibo no estreito, eu só vivo nos extremos.<br />
<span style="font-size: x-small;">Clarice Lispector</span></blockquote>Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-3560516306097835329.post-10061420233605155422010-03-17T02:03:00.000-03:002010-03-17T02:03:55.005-03:00Sou um ser notívago e diurno. Durmo pouco e penso demais.... e gerúndio, definitivamente, não é o meu tempo verbal predileto.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3560516306097835329.post-13165734395316663482010-03-16T13:42:00.001-03:002010-04-02T14:17:24.319-03:00Ah, memória, inimiga mortal do meu repouso!<span style="font-size: x-small;">Miguel de Cervantes</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3560516306097835329.post-84010007486763796502010-03-16T09:51:00.000-03:002010-03-16T09:52:22.295-03:00Va beneAllora io dico va bene, e me ne torno sotto al mio piumino. Ho detto va bene tutta la vita. E' il mio destino dire va bene. Uno che si arrende non può che continuare a dirlo, sapendo però perchè lo dice.<br />
Va bene, va beneUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3560516306097835329.post-19911997678312520462010-03-16T09:49:00.000-03:002010-03-16T09:49:41.686-03:00Não se preocupe, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais auto-destrutiva do que insistir sem fé nenhuma?<blockquote><p>Te desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o quê, como aquela fé que a gente teve um dia, me deseja também uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que nos faça acreditar em tudo outra vez, que me leve para longe da minha boca este gosto podre de fracasso.<br />
<span style="font-size:85%;">Caio Fernando Abreu<em> in</em>: Os sobreviventes</span><br />
</p></blockquote><blockquote><p>Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou cinza dos dias, bem assim: que seja doce. Quando há sol, e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo, repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante. Mas, se alguém me perguntasse o que deverá ser doce, talvez não saiba responder. Tudo é tão vago como se fosse nada. (...) Vai doer tanto, menino. Ai como eu queria tanto agora ter uma alma portuguesa para te aconchegar ao meu seio e te poupar essas futuras dores dilaceradas. Como queria tanto saber poder te avisar: vai pelo caminho da esquerda, boy, que pelo da direita tem lobo mau e solidão medonha.<br />
<span style="font-size:85%;">Caio Fernando Abreu <em>in</em>: Os dragões não conhecem o paraíso</span><br />
</p></blockquote><blockquote><p>Chorar por tudo que se perdeu, por tudo que apenas ameaçou e não chegou a ser,<br />
pelo que perdi de mim, pelo ontem morto, pelo hoje sujo, pelo amanhã que não<br />
existe, pelo muito que amei e não me amaram, pelo que tentei ser correto e não<br />
foram comigo. Meu coração sangra com uma dor que não consigo comunicar a<br />
ninguém, recuso todos os toques e ignoro todas tentativas de aproximação. Tenho<br />
vergonha de gritar que esta dor é só minha, de pedir que me deixem em paz e só<br />
com ela, como um cão com seu osso.<span style="font-size:85%;"> </span><br />
</p><p><span style="font-size:85%;">Caio Fernando Abreu <em>in</em>: Lixo e purpurina</span></p></blockquote><br />
<p>Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas as coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende? dolorido-dolorido, estou repetindo devagar para que você possa compreender melhor.</p><br />
<p>Você sabe que de alguma maneira a coisa esteve ali, bem próxima. Que você podia tê-la tocado. Você poderia tê-la apanhado. No ar, que nem uma fruta. Aí volta o soco. E sem entender, você então pára e pergunta alguma coisa assim: mas de quem foi o erro?(...) Você vai perguntar: mas houve o erro? Bem, não sei se a palavra exata é essa, erro. Mas estava ali, tão completamente ali, você me entende? No segundo seguinte, você ia tocá-la, você ia tê-la. Era tão. Tão imediata. Tão agora. Tão já. E não era. Meu Deus, não era. Foi você que errou? Foi você que não soube fazer o movimento correto? O movimento perfeito, tinha que ser um movimento perfeito. Talvez tenha mostrado demasiada ansiedade, eu penso. E a coisa se assustou então. Como se fosse uma coisa madura, à espera de ser colhida. É assim que eu vejo ela, às vezes. Como uma coisa parada, à espera de ser colhida por alguém que é exatamente você.</p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3560516306097835329.post-11526443793567135322010-03-16T09:45:00.000-03:002010-03-16T09:46:21.478-03:00Vilarejo<span style="font-size:85%;">Marisa Monte</span><br />
<br />
<strong>Há um vilarejo ali<br />
Onde Areja um vento bom<br />
Na varanda, quem descansa<br />
Vê o horizonte deitar no chão </strong><br />
<strong>Pra acalmar o coração </strong>Lá o mundo tem razão<br />
Terra de heróis, lares de mãe<br />
<strong>Paraiso se mudou para lá </strong><br />
Por cima das casas, cal<br />
Frutas em qualquer quintal<br />
Peitos fartos, filhos fortes<br />
<strong>Sonho semeando o mundo real </strong><br />
Toda gente cabe lá<br />
Palestina, Shangri-lá<br />
<strong>Vem andar e voa</strong><br />
<strong>Lá o tempo espera<br />
Lá é primavera<br />
Portas e janelas ficam sempre abertas<br />
Pra sorte entrar </strong><br />
Em todas as mesas, pão<br />
Flores enfeitando<br />
Os caminhos, os vestidos, os destinos<br />
E essa canção<br />
<strong>Tem um verdadeiro amor<br />
Para quando você for</strong>Unknownnoreply@blogger.com0