quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Rocky Balboa também tem cérebro... ou melhor, o roteirista.

Nessa minha nova fase de reclusão e retiro (outra delas, pra variar - crise existencial, no mínimo, pra não dizer outra coisa), a proposta foi: durma o máximo de tempo que conseguir durante o dia, permaneça no claustro o quanto puder, medite o máximo que puder, tome todos os banhos de chuva que conseguir e passe a noite em claro remoendo tudo o que não agrada até encher o saco e dormir sentada no sofá por exaustão. Falar só o necessário. Nada de academia. Nem shopping, muito menos balada. Livros, livros, livros, palavras cruzadas, revistas fúteis e nada de auto-ajuda peloamordedeus! Nesse meio tempo, tinha que incluir na lista todos os filmes que ainda não assisti. Todos, nem tanto: drama, romance e comédia romântica fora do papel. O negócio era terror, suspense, policial, coisas assim tenebrosas e sanguinárias pra tirar o foco mesmo. E uns filminhos idiotas também. Comédias baratas, ridículas. Aumentei a minha cinemateca aqui e, num piscar de olhos, assisti a todos os episódios de House, CSI (Miami, NY e Vegas), Law & Order de todos os sabores, Enigmas da Medicina, Medical Detectives e todos os outros programas do gênero disponíveis na programação da tv por assinatura.

Nessa minha saga televisiva, parei por 5 minutos no Universal Channel. Passava Rocky Balboa (é, aquele filme em que o próprio agora é um viúvo cinquentão e dono de um restaurante na Filadélfia, mas volta pros ringues  - acho que vou comprar um saco de areia pra desestressar - com o Sylvester Stallone, 'the italian stallion' - por que todo cara nessa idade se julga garanhão???) justamente na parte em que ele dá uma lição de vida no filho. Só pra degustação:
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The world ain't all sunshine and rainbows. It's a very mean and nasty place... and I don´t care how tough you are... it will beat you to your knees and keep you there permanently, if you let it. You, me or nobody, is gonna hit as hard as life. But ain't about how hard you hit. It's about how hard you can get hit... and keep moving forward... how much you can take, and keep moving forward. That1s how winning is done!
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Em português, retirado da própria legenda:
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O mundo não é um mar de rosas. É um lugar ruim e asqueroso... e não me importo quão durão você é... ele te deixará de joelhos e te manterá assim se permitir. Nem você, nem eu, nem ninguém baterá tão forte quanto a vida. Mas isso não se trata de quão forte pode bater. Se trata de quão forte pode ser atingido... e continuar seguindo em frente. Quanto você pode receber e continuar seguindo em frente. É assim que a vitória é conquistada!
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Vale a pena assistir.



Não podia deixar de postar aqui um belíssimo texto de Roberto Shinyashiki, que já diz tudo por si só.

Não conheço ninguém que conseguiu realizar seu sonho,
sem sacrificar feriados e domingos pelo menos uma centena de
vezes...
Da mesma forma, se você quiser construir uma relação
amiga com seus filhos, terá que se dedicar a isso, superar o
cansaço, arrumar tempo para ficar com eles, deixar de lado o
orgulho e o comodismo.
Se quiser um casamento gratificante, terá que investir
tempo, energia e sentimentos nesse objetivo.
O sucesso é construído à noite! Durante o dia você faz o
que todos fazem. Mas, para obter resultado diferente da
maioria, você tem que ser especial.
Se fizer igual a todo mundo, obterá os mesmos resultados.
Não se compare à maioria, pois infelizmente ela não é
modelo de sucesso. Se você quiser atingir uma meta especial,
terá que estudar no horário em que os outros estão tomando
chope com batatas fritas. Terá de planejar, enquanto os outros
permanecem à frente da televisão. Terá de trabalhar enquanto
os outros tomam sol à beira da piscina. A realização de um
sonho depende de dedicação.
Há muita gente que espera que o sonho se realize por
mágica. Mas toda mágica é ilusão. A ilusão não tira ninguém
de onde está. Ilusão é combustível de perdedores.
"Quem quer fazer alguma coisa, encontra um meio.
Quem não quer fazer nada, encontra uma desculpa".


Pois é. A única coisa que eu não consegui, foi sossegar a cabeça... Pudera: sou imediatista, não gosto de vácuos e não consigo varrer nada pra debaixo do tapete. Não gosto de deixar nada pra depois. E olha que eu bem tentei. Minha massa encefálica se recusou a entrar em férias e os circuitos elétricos entraram quase em pane. Vamos ver no que dá, pra mim, é descaso. Sinto muito, mas não consigo. O tema (in)felizmente fica ali, batendo o tempo todo, ainda que o filme esteja no clímax e o daemon esteja retalhando o garoto que tinha visões do morador anterior retalhando a família toda naquele cenário sanguinário holywoodiano... Eu não desligo. NUNCA. Por isso não medito. Não consigo esvaziar a mente. Mesmo no vácuo, o pensamento impera. Eu vou contra a maré, procuro sempre fazer acontecer, procuro uma resolução ao invés de esperar respostas e consertos do nada. Desculpa, mas eu sou difeente. O oposto de House, que diz que a melhor parte de ser adulto é que você não tem obrigação de fazer nada (ops, isso me lembra Aristóteles: 'Aquilo que temos o poder de fazer, temos também o poder de não fazer'). E não, não queria ter a vida dele: amargo, frustrado, ranzinza, cheio de manias e viciado em remédio pra dor (essa é a sua verdadeira muleta. Poderia ser bebida, cocaína, mas ele é médico, lembra? É tudo culpa da perna que ele quase perdeu pra poder continuar vivendo, mas odeia isso. Antes morto do que manco, não? Isso justifica a sua amargura... pra ele. Não pra mim.) the best no que faz, admiradíssimo por sua competência, mas uma pedra sentimentalmente falando. Dr House adora a miserabilidade de sua solidão e dá todo tipo de desculpa esfarrapada pra se manter no ciclo vicioso. Os erros são sempre dos outros. Nunca dele. Mr Perfect. O infeliz que não se envolve e muito menos se compromete com ninguém. Mas precisa ter tudo sob seu comando e controle. Orgulho não falta. E é esse mesmo orgulho que acaba por afogá-lo na solidão. Não vejo vantagem nisso. Pra ninguém.

P.S. É. Tá na hora de tomar café no Lucca (apesar da chuva que não para mais de cair)... já! E comida japonesa (sem saquê, porque amanhã acordo cedíssimo e volto a correr - chova ou faça sol!) à noite cai bem. Me, myself and I e um dvd qualquer... Life goes on. Eu é que, às vezes, esqueço disso. E não tenho esse direito. Por quê? Oras, lembra da tal estória das dez coisas que eu citei no post anterior? Só que é um pouco mais além: dez coisas, cinco péssimas, quatro ruins e uma boa (alguém, pelo menos, está feliz)... Tomo a boa por padrão. Alguém está feliz em algum lugar por aí. Já basta.

P.P.S. Eu SOU feliz. Só não ESTOU feliz. Os verbos de ligação alteram - e muito - o teor das frases.

P.P.P.S. A minha muleta? Tenho três: escrever, andar até a exaustão e remédio pra dormir. A terceira nem sempre está presente. E a sua, qual é?

2 comentários:

Unknown disse...

" Me myself and I" ...ouvi um chamado ou coisa assim (rs) .
Voce não sabe Ge, o quanto tenho pensado em vc e em todas essas coisas lindas , que tira do seu mais intimo sentimento .
Voce ´demaisssssss .
Beijo

Georgia disse...

Betão!!!! Quanto tempo que eu não te via aqui!
Qt ao chamado... é bem por aí. Há um tempo atrás vc tomou o papel do meu daemon, lembra? (rs)

Qt ao demais... sei não. Tem gente que - definitivamente - não me entende...

Passe sempre por aqui!
bjk