quarta-feira, 15 de julho de 2009

Vocabulário Politiquês

Acordo: composição admirável da oposição com um governo que ela chama de abominável.

Amizade: sentimento de fraternidade eterna que tucanos e ‘demos’ nutrem um pelo outro enquanto esperam pelo rompimento definitivo.

Brasil: um belo ponto no mapa, ideal para erguer uma nação.

Cabide: artefato público no qual são pendurados os interesses privados.

Cabral: o grande culpado.

Cegonha: meio de locomoção que conduz às páginas da Playboy.

CPMF: contribuição provisória que conserva a Saúde do Tesouro em permanente ordem.

Democracia: sistema de governo que permite à burguesia terceirizar o poder a um operário.

Dúvida: vocábulo que separa os tolos em dois grupos: os que duvidam de tudo e os que não duvidam de nada.

Espelho: superfície refletora na qual um tucano enxerga um petista e vice-versa.

Estado: Ente que cria os tributos que ele mesmo vai arrecadar e desviar.

Fidelidade: sentença do TSE que, confirmada pelo STF, obriga o político a conter as suas pulsões partidárias.

Firmeza: qualidade atribuída aos que hoje são contra tudo aquilo que amanhã defenderão enfaticamente.

Governo: um mal cada dia menos necessário.

Hipocrisia: a sinceridade depois da queda da máscara.

História: conjunto de mentiras que deram certo na vida.

Incompetência: inabilidade que, em Brasília, é exercida com refinada competência.

Indignação: cólera que acomete o brasileiro no intervalo que separa um Carnaval do outro.

Jornal: rascunho do dia passado a sujo.

Leite: mistura de ácido com água oxigenada, acrescida de gotas de uma substância extraída das tetas da vaca.

Ladrão: o político do outro partido.

Mentira: uma verdade à espera da melhor ocasião para acontecer.

Nostalgia: saudade dos tempos em que laranja era só uma fruta.

Orçamento: documento que discrimina a receita e relaciona as despesas públicas que vão sair pelo ladrão no exercício seguinte.

Partido: agremiação política integralmente financiada pelo déficit público.

Quadrilha: uma repartição pública negociada privadamente.

Radical: um moderado que ainda não chegou ao poder.

Razão: faculdade daquele que tem a caneta e a chave do cofre nas mãos.

Semântica: vista com uma dose de otimismo, conduz à conclusão de que todas as letras de possível estão contidas no impossível.

Tucano: ave de gaiola, que Lula decidiu alimentar.

Unanimidade: a incapacidade individual multiplicada pela nulidade de todos os que compartilham das mesmas idéias.

Vantagem: benefício concedido àqueles que, não tendo salário, não precisam pagar a CPMF.

Xadrez: um tabuleiro que não foi feito para os que têm sensibilidade de damas.

Zero: Elemento que, somado a outro de mesmo valor conduz ao oco do vazio.

Fonte: Josias de Souza in: Nos Bastidores do Poder.

terça-feira, 14 de julho de 2009

É. Uns dias vem mais fáceis. Outros nem tanto. Mas todos passam.

Depois de uma longa noite, sempre nasce o dia. E muito embora o sol não lhe dê boas vindas todos os dias... ele sempre está ali, à espreita, esperando o nublado do céu sumir num sopro de esperança vindo de um lugar qualquer. Às vezes, vem de onde menos se espera. E se você prestar bem a atenção, pode descobrir que milagres realmente acontecem. Normalmente possuem nome, sobrenome e uma voz incrível- que de algum modo se confunde com a sua. E o resto vira resto mesmo. Ciclos que se alteram para que você, então, descubra que tudo pode - e vai - ficar bem, mesmo que no caos que se instaura de alguma forma. As páginas que se seguem em branco estão bem ali, diante de você, aguardando a pena correr e criar uma estória diferente. E, de repente, é tão bom sem que se saiba porquê.

Eu olho para o horizonte. Nem tão longe, nem tão perto. O suficiente para enxergar o que me faz bem. E tem tanta gente boa no meu caminho...

Mudando um pouco de assunto, música para a alma aqui: Perfect Symmetry, de uma banda inglesa chamada Keane.



Shake through the wreckage for signs of life
Scrolling through the paragraphs
Clicking through the photographs
I wish I could make sense of what we do
Burning down the capitals
The wisest of the animals

Who are you?
What are you living for?
Tooth for tooth
Maybe we'll go one more

This life is lived in perfect symmetry
What I do
That will be done to me

Read page after page of analysis
Looking for the final score
We're no closer than we were before

Who are you?
What are you fighting for?
Holy truth
Brother I choose

This mortal life, lived in perfect symmetry
What I do
That will be done to me
As the needle slips into the run-out groove
Love
Maybe you'll feel it too

And maybe you'll find life is unkind
And over so soon
There is no golden gate
There is no heaven waiting for you

Oh boy, you oughta leave this town
Get out while you can
The meter's running down
The voices in the streets you love
Everything is better when you hear that sound
Woah!
Woah!
Woah!

Spineless dreamers
Hide in churches
Pieces of, pieces of
Rush hour buses
I dream in e-mails
Worn-out phrases
Mile after mile of just
Empty pages

Wrap yourself around me
Wrap yourself around me

As the needle slips into the run-out groove
Maybe you'll feel it too
Maybe you'll feel it too

Spineless dreamers (Maybe you'll feel it too)
Hide in churches (Maybe you'll feel it too)
Pieces of, pieces of
Rush hour buses
I dream in e-mails
Worn-out phrases
Mile after mile of just
Empty pages