domingo, 29 de junho de 2008

No campo dos girassóis

girassol


Fecho os olhos e ainda me vejo lá, correndo entre os girassóis, menina-moça, moça-menina cheia de sonhos, fantasias, ilusões e esperanças. Corria e corria e corria até os pulmões não se agüentarem mais! E então deitava ali mesmo, ofegante. Deitava e passava horas ali, a olhar para o céu através dos girassóis que me pareciam gigantescos. E me via no meio de um quadro, onde o azul dos meus olhos se refletia no céu e eu tinha milhares de sóis à minha volta.

E sonhava... como sonhava!

Meus verões eram assim... explorava os morros, as pedras na encosta que o mar deliciosamente acariciava.

Meus dias sempre começavam e terminavam lá, diante da imensidão azul do mar que se misturava como em aquarela com o céu. E o verde, aquela minúscula e longínqua parte esverdeada do mar era que me prendia a atenção. Sempre o verde. E sonhava. Como sonhava!

O caderno, a caneta e eu.
Eu e o barulho das ondas quebrando na encosta.
A água salgada gentilmente molhando os meus pés descalços na areia.
A brisa leve tocando o meu rosto, acariciando os meus cabelos.
Um perfume que sempre se fez presente mesmo na ausência.
O pensamento longe e a alma inquieta. Sempre inquieta.

Meus dias eram enluarados e minhas noites tinham sol.

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