quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Mais sobre música...



Essa não podia mesmo faltar... Era parada obrigatória. A gente cantava na arquibancada do campo um do colégio (era de lá que eu ficava só paquerando um gurizinho metido a besta pra caramba, mas no fundo era gente finíssima. No começo era só de canto de olho, depois ficou descarado mesmo o negócio, até um amigo em comum apresentar a gente. É de chorar de rir só de lembrar.). E na varanda da casa de praia dos meus pais. Até enjoar! Schneider e Xavier iam me visitar e acabava sempre na viola. Não tinha jeito mesmo. O duro é que eram sempre as mesmas músicas, mas a gente se divertia. Terminava sempre na sorveteria.

Lenny Kravitz me lembra o 'obrigado, Senhor!' do Marcio. rsrs Um walkman velhinho pra caramba e uma fita k7 que do outro lado era Sade e terminava na metade de 'Jezebel'.

'Stand by me' era perfeita no intervalo. Com a galera no boteco em frente à PUC. Não. Eu nem bebia ainda nessa época. Mas tomava coca-cola aos litros. Com muita batata-frita. Foi a música que encerrou a formatura.

Beatles, no festival? Não dá pra esquecer o 'Let it be' mais longo que cantei na minha vida com um coro lindíssimo de platéia desconhecida. E eu pra lá de nervosa imaginando se ia agradar ou não. Engraçado, no mínimo. 'Ticket to ride' com a Baiana - e o microfone dela desligado. Foi hilário. Eu e os guris. As vestimentas? Putz, uniforme de escola britânica, um sarro total. Saia, meião, camisa branca e gravata. Pode?

Muita bossa nova com meu pai. Nascido em Niterói, só podia ser! E entoávamos sempre que o silêncio aparecia: 'as praias desertas continuam esperando por nós dois...', de Dolores Duran, 'O barquinho' , 'Samba do avião', 'Regra três', 'Chega de saudade', e eu sempre terminava assim: 'pobre de mim que só sei te amar...' rsrs.



Vivo sonhando, sonhando mil horas sem fim
Tempo em que vou perguntando, se gostas de mim
Tempo de falar em estrelas
Falar de um mar, de um ceu assim.
Falar do bem que se tem mas voce nao vem, nao vem
Voce nao vindo, nao vindo a vida tem fim
Gente que passa sorrindo zombando de mim
E eu a falar em estrelas, mar, amor, luar
Pobre de mim, que so sei te amar



Não esqueço de 'Romaria' em duas vozes com a Lu Schneider. Especial até demais.

A empurrada de palco no pub estranhíssimo que deu certo pra cantar 'The Girl from Ipanema' com uma rapaziada brasileira também perdida por lá. E olha que o guri tinha uma voz parecidinha com a do Sinatra... Lisa Stansfield, na mesma época, no mesmo palco... tenho que confessar que essa eu canto na banheira até hoje! rsrs Adorava as alterações de voz dela. Bem como 'What's going on', de Four non Blondes. Ai, que delícia lembrar disso!



Peter Gabriel nos ensaios dos teatros do Bond's... E Jon Anderson. Ah, como eu viajei com essa música, deitada no terraço da casa de meus avós em Armação, sob um céu estreladíssimo...


Savage Garden (Truly, Madly, Deeply, que faz parte do meu perfil no orkut), Def Leppard (Hysteria, Stand up, Long long way to go, When love and hate colide, Love bites), The Bolshoi ('Sunday Morning' - posto o vídeo em seguida)


The Mission, com 'Butterfly on a wheel', John Fogerty e 'Have you ever seen the rain' - cantada também por Rod Steward. Versão lindíssima do homem da voz rouquíssima. Double e seu 'The captain of her heart' que me fez chorar tantas vezes. Heart (nossa! adorava!). Outfield era quase hino! Gene loves Jezebel, Pink Floyd, Rush, Pearl Jam (maravilhoso!). E sempre cabia 'Time after time', de Cyndi Lauper, vez ou outra...

The Clash em Garopaba e a maluca aqui fazendo camarão na moranga e pudim de leite ao som de Sade... e tentando chegar no mesmo timbre. Coisa mais idiota, impossível!

Duran Duran sempre! 'Come undone' é tão forte que merece lugar de destaque. É uma das que ouço todos os dias...

Meu, sonho imaculado criou fôlego e pele,
Eu tenho estado esperando por você,
Marcado, com uma tatuagem familiar.
Feliz aniversário para você, fui criado para você...

Não consigo jamais evitar de desmanchar
Nas costuras.
Eu não posso acreditar que você está levando meu coração
Aos pedaços.

Oh, isso vai precisar de um pouquinho de tempo,
Talvez precise de um pequeno crime
Para ser desfeito agora.

Nós tentaremos permanecer cegos
Para a expectativa e o medo no lado de fora.
Ei, criança, continue mais selvagem que o vento
E sopre dentro de mim para chorar...

De quem você precisa, quem você ama
Quando você vir a se desfazer?
De quem você precisa, quem você ama
Quando você vir a se desfazer?

Palavras, brincando comigo de deja vu
Como uma melodia do rádio que eu juro que já ouvi antes.
Arrepio, isso é algo real
Ou a mágica de que estou me alimentando dos seus dedos?

Não consigo jamais evitar de desmanchar
Nas costuras.
Eu posso acreditar que você está levando meu coração
Aos pedaços?

Perdidos num céu preenchido de neve nós faremos isso certo
Para sermos desfeitos agora...


Belíssima letra, não?
E tem também 'Ordinary world'...


Perfeita pra encerrar o post. Ou não?? Pelo menos eu tento...

E não choro por ontem,
há um mundo normal
que de alguma forma tenho de encontrar
e enquanto eu tentar achar meu caminho
para o mundo normal, aprenderei a sobreviver

Todo mundo é meu mundo
aprenderei a sobreviver
qualquer mundo é meu mundo
aprenderei a sobreviver



Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros.
Clarice Lispector

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