quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Thank you for loving me



Essa aí tem estória... rsrs Tem muuuuito de mim. Gostaria mesmo de tê-la escrito e creio que se fosse fazer o clip não mudaria em nada. Beira a perfeição. E quer saber? Não é nada, nada fácil.

Em tempo: adoro a cena da noiva escadaria abaixo... Mas já tinha atirado as flores longe lá no começo! E tenho que admitir, Bon Jovi é Bon Jovi. Desculpa a redundância.

Aproveitando a deixa - já que estou na fase videográfica bloguística (nem sei se isso existe! lá vou eu...) - minha vida sempre teve trilha sonora. Meus sonhos tem trilha sonora e eu, sem música, não sou ninguém. Algumas tocam mesmo lá no fundo, outras simplesmente passam, mas tem umas - no meu caso muitas, visto o meu jeito caleidoscópico de ser - que chegam a doer a alma. Essas, confesso, muitas vezes evito. E eu nem mesmo sei bem porquê.

Eu me escondo nas músicas, eu me revelo nas músicas, eu me refaço nelas e me desfaço também. E cada uma delas que faz parte da trilha sonora da minha vida, carrega um pedaço significativo da minha alma, por isso o grau de importância que dou. Por isso me magoa a presença em determinadas situações. Não sei. Devo mesmo ser idiota.

Tenho uma memória desgraçadamente gigantesca, boa até dizer chega e isso me atrapalha pra caramba. Imagina então a minha trilha sonora. Quer um exemplo? Dou mais. A primeira música que ouvi na vida e de que tenho lembrança foi 'O sole mio', cantada, obviamente pelo meu avô Guilherme. 'Escravos de Jó' aprendi no jardim da casa de meus pais com minha tia irmã de minha mãe. Naquela época tinha um cão chamado Snoopy e um viveiro de codornas em casa. Deve já imaginar a idade que tinha, não? 'Primeiros Erros' - lembra disso? - cantávamos no corredor de saída do colégio.

A primeira música especial mesmo da minha vida foi 'Como eu quero'. É. Kid Abelha. Foi a primeira vez que cantei num microfone. rsrs E nem sabia a letra. Um loiro azedo que tocava guitarra e se achava o máximo naquela época (e quem não se achava???) escreveu numa folha de caderno e foi a experiência mais deliciosa que tive na minha vida. Acho que a partir daí comecei mesmo a levar à sério a estória da música na minha trilha sonora.



E veio Police (Every Breath You Take, pra mim, é perfeita em todos os sentidos e carrego na alma marcada a ferro e fogo mesmo!), Bon Jovi, Aerosmith, Whitesnake, Marillion e mais de uma centena de outras bandas...

Não podia esquecer 'Crazy for You' que cantei no aniversário de quinze anos da Tati... num vestido cor de rosa pra lá de desgraçado!

Na faculdade, era 'When the saints go marching in' nos corredores, as baladinhas de Elvis na lanchonete, jeans, camiseta branca, tênis e jaqueta de couro. Ao melhor estilo James Dean. E ali a gente também se achava o máximo! rs

Lá fora, 'Amazing Grace', era o topo das músicas mais cantadas. Triste? Canta a dita. Feliz? Canta a dita! Meia boca? Canta a dita! Saudades? Putz... The Police, A-ha, U2, Bryan Adams... caraca. Aí ferrou geral! Um mês de chororô com certeza. E se arrastando pra não parar. Dia de runway... catwalk, baby... enxuga as lágrimas e brilha! E lá dentro doía a alma, mas o dever me chama, então, vamos lá!

E veio Seal, numa Inglaterra de mau tempo e bons amigos. 'Crazy'. É, só sendo louca mesmo pra seguir um ritmo acelerado de um lado e paranoicamente parado de outro. Duas em uma. E eu fugiiiiiiia de mim que nem o diabo da cruz! rsrs O cara que mais ouvia as minhas mágoas era gay e feliz. E me fazia sorrir com a imitação de Lucille Ball. Era o máximo. I Love Lucy nem era da nossa época, mas ele era perfeito nisso. E tinha um vozerão maneiríssimo. Que coisa! Cantava 'Raindrops keep falling on my head' toda vez que eu vinha com aquela cara de choro. Nossa! Como eu desaguei! Mas depois de um tempo você aprende que tem que disfarçar determinados sentimentos sombrios e obscuros porque senão ninguém te agüenta. E eu me dei bem nessa.

'Luna Rossa' era a mais cantada pelas cinco cajazeiras que dividiam o espaço italiano modelar (olha eu criando termo). Cinco gurias que mal sabiam da vida, começando a modelar num lugar estranho, mas bacaninha. Experiência impagável. E a gente seguia pelas vielas de braços dados e levantando as pernas como em musical da Brodway. Ridículas. Todas. E tinha Claudio Baglioni e outros caras bons de se ouvir. Ah, e a gente usava boina, chapéu, óculos escuros, sobre-tudo, botas cano longo e echarpes imensas... Quanto salto ficou fincado no meio do calçadão... E a gente voltava descalça e...

E 'a luna rossa mme parla 'e te,
i' lle domando si aspietta a me,
e mme risponne: "Si 'o vvuó' sapé,
ccá nun ce sta nisciuna."

E i' chiammo 'o nomme pe' te vedé,
ma tutt''a gente ca parla 'e te,
risponne: "E' tarde che vuó' sapé?
Ccá nun ce sta nisciuna!"


No meu casamento cantei 'Unforgetable' e viajei looooonge... Longe mesmo. Fechei os olhos e mandei ver! rsrs E veio 'When I fall in love' (when I fall in love, it will be forever, or I'll never fall in love... rsrs). Mico? Dos grandes...

'Impossível', Biquini Cavadão (primeiro show que assisti na vida foi deles), Capital Inicial (o segundo)... E por aí vai.

Se você me perguntar a roupa que as pessoas estavam usando em determinados momentos que foram importantes pra mim eu vou responder sem precisar pensar. E em todos eles havia música. Então, pra cada momento, uma música. Pra cada música, um pensamento. Pra cada pensamento... haja memória. E esse é um dos motivos desse blog se chamar 'haja hoje para tanto ontem'. Talvez eu viva mesmo de memórias. Talvez isso não seja bom, talvez seja. Não sei. O que é bom? O que pode ser bom pra mim pode não ser pra você e respeito isso.

Eu tenho o meu tempo. Você tem o seu. Cada um tem um tempo que lhe é de direito ou que se dá por opção. Se isso é bom ou ruim... não sei. Só o tempo dirá.

Mas a música que move mesmo a minha vida e que revela tudo aquilo que sou é mesmo 'The book of my life', do Sting. Sou eu escrita em linhas e duras penas. E sei que já postei algumas vezes a letra.



Melhor parar por aqui... antes que me dê um treco de vez! Vou, mas vou cantando:
Every breath you take
Every move you make
Every bond you brake
Every step you take
I'll be watching you

Every single day
Every word you say
Every game you play
Every night you stay
I'll be watching you

http://br.youtube.com/watch?v=WFOiXfYCwQE (incorporação desativada, infelizmente)

2 comentários:

Nomade disse...

Fico feliz que tenha voltado. Se tive alguma participação nisto, fico mais feliz ainda, mas peço desculpas se em alguns momentos te magoei, não era este o ojetivo.

A música também tem um sentido muito especial na minha vida, mas não tem nenhuma que eu não queira ouvir, pelo contrário, só associo músicas a momentos bons ou que poderia ter vivido mais intensamente. Logo, ouvindo-as tenho boas recordações ou reflexões que me agradam.

Às vezes uso a música para expressar um estado de espírito, mas principalmente uso-as como mecanismo de auto-motivação.

A música carrega um componente mágico que vai além das entrelinhas nas letras, das nuances de melodia, ou dos arranjos. A música carrega na maioria das vezes, o sentimento que a inspirou e isto eu valorizo bastante.

Algumas das músicas e artistas que voce citou, também gosto e são importantes para mim.

Também gosto muito de versões raras, aquelas que surgem de um encontro incomum, de um improviso ou de uma combinação não prevista e que por algum motivo inexplicado, gera uma reação "química" inesperada e as transforma, fazendo-as melhor do que eram. Estas são como pérolas negras: raras e difíceis de conseguir. Um dia te mostro algumas.

Fique em paz e se cuide, pois admiro muito a sua personalidade e coragem.

disse...

Não me magoou não, nomade. O que vc fez foi me mostrar um lado que eu evitei ao máximo olhar.

Vc acabou me mostrando que a minha insistência em determinadas situações são tolices, que por mais que eu tente, não vou jamais conseguir ser o modelo ideal de pessoa que todos esperam que eu seja. Eu não busco a perfeição. Eu busco aprimoramento. Não quero ser igual, desejo sempre ser diferente porque o igual cansa. Mas isso é o que eu penso e talvez não haja sentido algum pra outras pessoas.

Quanto à música... ainda há de render muitos posts. Chego já, já nesses que vc citou.

Obrigada. Por tudo.