sexta-feira, 11 de julho de 2008

O fácil do fake

Hoje, um diazinho liiiindo, pacato, calmo até demais. Não sei porquê lembrei de uma amiga das antigas, produtora de moda doidinha, doidinha - mais que eu, claro! Ela se dizia - e era mesmo - toda fake. Loira (quando a auto-estima estava em alta) que era morena (quando colocava lentes de contato verdes) que virava ruiva (todo inverno) que voltava a ser morena (no outono ou quando se sentia um caco e não queria que ninguém olhasse pra cara dela).

Durante o dia, estilosa, moderninha, parecia personagem de HQ: usava bandana, cabelo rasta, tererê, milhares de mini-borboletas na cabeça, cílios postiços e maquiagem digamos que um tanto quanto chamativa. Vez ou outra ia de cuturno pra cima e pra baixo e a maleta cor-de-rosa choque de make-up sempre a acompanhá-la.

À noite ela se "montava": cílios cor-de-rosa ou pretinho básico (nem tão básico assim, não sei como enxergava com aquele negócio enorme), make-up pesadíssimo, lentes de contato (odiava os olhos castanhos e vivia me enchendo o saco pra enfiar umas lentes castanhas nos meus por causa disso), cabelo estilo "vim de moto" com aquele topete enoooorme que só curitibana sabia fazer, um litro de spray pra segurar a onda, sapatos de salto plataforma (deixavam a mulher mais alta do que já era). Até aí, tudo bem. Ou quase. Mas o mais legal era ver a produção embaixo disso tudo.

Despeitada, morria de vontade de botar silicone, mas sem grana, já viu, né? Dizia que não tinha coisa melhor que bolas de isopôr presas ao corpo. "Firminhos, certinhos, bonitinhos e ainda por cima chegam antes de mim!" - era o que sempre dizia depois de pronta diante do espelho.

Tô falando sério!!! A mulher comprava as bolas de isopôr, abria-as ao meio e prendia-as ao corpo com fita crepe em volta do torso. Depois colocava um soutien uns três números maiores do que os originais e... voilà: peitos instantâneos. Dizia que o único problema era que ficavam meio duros ao toque, então, não podia deixar a mão boba dos rapazes rolar ali na área.

Eu, lógico, ficava lá, pacientemente aguardando as duas horas e meia de produção antes da gente, finalmente, botar as caras na rua. Mas era divertidíssimo.

Só fico imaginando na hora do "desmanche". O que será que o cara pensava? Nunca tive coragem de perguntar... hehehe

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