quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Amor, escritos e afins sob a ótica 'shakespeareana'

As an unperfect actor on the stage
Who with his fear is put besides his part,
Or some fierce thing replete with too much rage,
Whose strength's abundance weakens his own heart.
So I, for fear of trust, forget to say
The perfect ceremony of love's rite,
And in mine own love's strength seem to decay,
O'ercharged with burden of mine own love's might.
O, let my books be then the eloquence
And dumb presagers of my speaking breast,
Who plead for love and look for recompense
More than that tongue that more hath more express'd.
O, learn to read what silent love hath writ:
To hear with eyes belongs to love's fine wit.
(Sonnet XXIII, Shakespeare)

Traduzindo, seria algo do tipo:

Como imperfeito ator que em meio a cena
O seu papel mal recita porque se arreceia
Ou como quem, tendo a alma a estuar de fúria plena
A que o excesso de forças debilita
Assim eu, pelo temor de te falar, esqueço
Do cerimonial que impõe o amor o rito,
E a força do meu próprio amor perder pareço,
Rendido ao peso do poder de amar, tão irrestrito
Oh! sejam pois meus livros a eloquência,
Áugures mudos do expressivo peito,
Que amor implorem, peçam recompensa,
Mais do que a voz que muito mais tem feito.
Oh! saibas ler o que o mudo amor escreve,
Ouvir com o olhar e dom que ao amor, só, se deve.

(Desculpem-me a falta de rima do início do soneto, prometo que ainda volto e altero para casar as rimas... Shakespeare merece, não? rs)

P.S. Vai dizer: não é a minha cara??

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