segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

... quem você escolhe pra você?

Não Perca As Crianças De Vista
O Rappa



Pra enxergar o infinito
Debaixo dos meus pés
Não basta olhar de cima
E buscar no escuro, no obscuro
A sombra que me segue todo dia

Deixo quieto
e seguro as páginas dos sonhos que não li
E outra vez não me impeço de dormir

Os jornais não informam mais
E as imagens nunca são tão claras
Como a vida
Vou aliviar a dor e não perder
As crianças de vista

Eo, Eo, Não perca as crianças de vista
Eo, Eo, Não perca as crianças de vista
Eo, Eo, Não perca as crianças de vista

Família, um sonho ter uma família
Família, um sonho de todo dia

Família é quem você escolhe pra viver
Família é quem você escolhe pra você
Não precisa ter conta sanguínea
É preciso ter sempre um pouco mais de sintonia

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Destiny

Zero 7


[...]The journey's long
And it feels so bad
I'm thinking back to the last day we had.
Old moon fades into the new
Soon I know I'll be back with you
I'm nearly with you
I'm nearly with you

When I'm weak I draw strength from you
And when you're lost I know how to change your mood
And when I'm down you breathe life over me
Even though we're miles apart we are each other's destiny

On a clear day
I'll fly home to you
I'm bending time getting back to you
Old moon fades into the new
Soon I know I'll be back with you
I'm nearly with you
I'm nearly with you [...]

E vivo assim: em licença poética e escassez de sono.

Odiando cada dia da semana e a mim mais ainda por ser tão tola.

Eu te queria assim, por inteiro.

Corpo, alma, coração, inteligência e aquele sorriso de canto de boca cheio de satisfação de me ter ali, sempre tua. De valor mesmo, o RG que era só pra não perder a identidade e o celular ligado pra dizer 'oi' vez em quando e mandar as minhas mensagens absurdamente malucas de tanto amor e das tuas dizendo que eu era pra sempre.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Dor de amor

Todos os dias dormia a dor, acordava a dor, alimentava-se da dor, bebia a dor, banhava-se nela e perfumava-se com ela. Uma coisa assim feito piche no pé, difícil de se livrar e mesmo depois de limpo ainda sobra uma mancha sutil de que algo já passou por lá. Fechava os olhos e tentava extrair a dor que assolava o corpo, a mente e a alma, mas não podia. Ela estava sempre ali, como se fizesse parte de sua existência. Queria extirpar, mas não dava. Era como se lhe arrancasse um braço. As horas passavam e aquela maldita dor só aumentava. Era impossível desligar-se dela. Quanto mais tentava, mais se afundava nela. E a sensação de abandono crescia junto. Nunca mais seria a mesma. E era uma dor assim indescritível, interminável, ininterrupta e atroz. Uma dor terrivelmente solitária, de imensidão tamanha, que seria impossível sobreviver. E mesmo assim lutava. E tentava. E se agarrava com unhas e dentes àquela ínfima fresta que forçosamente abriu à contragosto do outro. Mas era uma luta de um só. Talvez já perdida desde o início. E ela não queria enxergar. Enfim, definhou, tal qual a flor - duma sensibilidade tamanha, embora imponente - que, abandonada à própria sorte, não resistiu às intempéries do destino mesquinho que lhe cercava. As migalhas que lhe sobravam não eram suficientes para fazer o pensamento voar. Um amava enquanto o outro, ah, o outro se empolgava...

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Definições

Letal é a traição. Tísica é a palavra do traidor. Cimento é a matéria usada por aquele que engana, seca rápido e ninguém consegue moldar mais depois de seco. Amor é o resumo que o letal traidor de palavra tísica e coração de cimento não conhece.

Silvia Maia

E quem disse que esquecer é fácil?

Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa de apagar o caso escrito.
Machado de Assis

E quem disse que a gente esquece? O que traumatiza, talvez. Mas o resto fica lá, guardado em algum canto da memória esperando ser desperto. Ou não. O desgosto impulsiona o esquecimento. O que estraga a nossa vida somos nós. A gente permite. Vampiro nenhum entra numa casa em sua forma humana - ou quase humana - sem pedir licença, já dizia a lenda...

Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e a arte de representar) entretêm. A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas porque usam de fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana. Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso.

Fernando Pessoa 

Eu e minhas fugas... pena que nem sempre me dou bem com elas. Na próxima encarnação quero ser bonita, boa e burra. E loira oxigenada, pra morar na Mansão da Playboy, ter absolutamente nada pra me preocupar senão manter o corpo em dia e a conta bancária em ordem, ser narcisista e estar nem aí pro mundo. Essa fórmula deve dar certo, não? Até hoje não vi nenhuma infeliz... Amor? Pra quê???

Na vida do homem, o amor é uma coisa a parte, na da mulher, é toda a vida.

Lord Byron

As sobreviventes, ou pensam como homens ou tiveram a sorte de encontrar um homem que não se envergonhe de vivê-lo como ela.

Encontro das Águas

Composição: Jota Maranhão / Jorge Vercilo


Sem querer te perdi tentando te encontrar
por te amar demais sofri, amor
me senti traído e traidor
Fui cruel sem saber que entre o bem e o mal
Deus criou um laço forte, um nó
e quem viverá um lado só?
A paixão veio assim afluente sem fim
rio que não deságua
Aprendi com a dor nada mais é o amor
que o encontro das águas
Esse amor
hoje vai pra nunca mais voltar
como faz o velho pescador quando sabe que é a vez do mar
Qual de nós
foi buscar o que já viu partir, quis gritar, mas segurou a voz,
quis chorar, mas conseguiu sorrir?
Quem eu sou
pra querer
Entender
O amor

http://www.youtube.com/watch?v=3jPmR7X6sJs

Partidas... nada é como antes.

[...] Partir!
Nunca voltarei,
Nunca voltarei porque nunca se volta.
O lugar a que se volta é sempre outro,
A gare a que se volta é outra.
Já não está a mesma gente,
nem a mesma luz,
nem a mesma filosofia. [...]
Álvaro de Campos

Uma vida de sonhos...

Por que fiz eu dos sonhos
A minha única vida?
Alberto Caeiro in: Contemplo o lago mudo - Cancioneiro

Ah, vontade de SER outra vez...

Minha alma
é uma lâmpada
que se apagou
e ainda está quente...
Alberto Caeiro in: Hora absurda - Cancioneiro

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Fragmentos

[...] Partiu-se espelho mágico em que revia idêntico,
E em cada fragmento fatídico vejo só um bocado de mim -
Um bocado de ti e de mim! [...]
Álvaro de Campos in: Lisbon Revisited, 1926

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Quem não dá assistência, abre concorrência

(texto originalmente atribuído a Arnaldo Jabor... mas vá saber, né)

Você homem da atualidade, vem se surpreendendo diuturnamente com o "nível" intelectual, cultural e, principalmente, "liberal" de sua mulher, namorada e etc.

Às vezes sequer sabe como agir, e lá no fundinho tem aquele medo de ser traído - ou nos termos usuais: "corneado". Saiba de uma coisa... esse risco é iminente, a probabilidade disso acontecer é muito grande, e só cabe a você, e a ninguém mais evitar que isso aconteça ou, então, assumir seu "chifre" em alto e bom som.

Você deve estar perguntando porque eu gastaria meu precioso tempo falando sobre isso. Entretanto, a aflição masculina diante da traição vem me chamando a atenção já há tempos.

Mas o que seria uma "mulher moderna"?

A princípio seria aquela que se ama acima de tudo, que não perde (e nem tem) tempo com/para futilidades, é aquela que trabalha porque acha que o trabalho engrandece, que é independente sentimentalmente dos outros, que é corajosa, companheira, confidente, amante...

É aquela que às vezes tem uma crise súbita de ciúmes mas que não tem vergonha nenhuma em admitir que está errada e correr pros seus braços...

É aquela que consegue ao mesmo tempo ser forte e meiga, desarrumada e linda...

Enfim, a mulher moderna é aquela que não tem medo de nada nem de ninguém, olha a vida de frente, fala o que pensa e o que sente, doa a quem doer...

Assim, após um processo "investigatório" junto a essas "mulheres modernas" pude constatar o pior:

VOCÊ SERÁ (OU É???) "corno", a menos que:

- Nunca deixe uma "mulher moderna" insegura. Antigamente elas choravam. Hoje, elas simplesmente traem, sem dó nem piedade.

- Não ache que ela tem poderes "adivinhatórios". Ela tem de saber - da sua boca - o quanto você gosta dela. Qualquer dúvida neste sentido poderá levar às conseqüências expostas acima.

- Não ache que é normal sair com os amigos (seja pra beber, pra jogar futebol...) mais do que duas vezes por semana, três vezes então é assinar atestado de "chifrudo". As "mulheres modernas" dificilmente andam implicando com isso, entretanto elas são categoricamente "cheias de amor pra dar" e precisam da "presença masculina". Se não for a sua meu amigo... bem...

- Quando disser que vai ligar, ligue, senão o risco dela ligar pra aquele ex bom de cama é grandessíssimo.

- Satisfaça-a sexualmente. Mas não finja satisfazê-la. As "mulheres modernas" têm um pique absurdo com relação ao sexo e, principalmente dos 20 aos 38 anos, elas pensam em - e querem - fazer sexo todos os dias (pasmem, mas é a pura verdade)...bom, nem precisa dizer que se não for com você...

- Lhe dê atenção. Mas principalmente faça com que ela perceba isso. Garanhões mau (ou bem) intencionados sempre existem, e estes quando querem são peritos em levar uma mulher às nuvens. Então, leve-a você, afinal, ela é sua ou não é????

Nem pense em provocar "ciuminhos" vãos. Como pude constatar, mulher insegura é uma máquina colocadora de chifres.

- Em hipótese alguma deixe-a desconfiar do fato de você estar saindo com outra. Essa mera suposição da parte delas dá ensejo ao um "chifre" tão estrondoso que quando você acordar, meu amigo, já existirá alguém MUITO MAIS "comedor" do que você...só que o prato principal, bem...dessa vez é a SUA mulher.

Sabe aquele bonitão que, você sabe, sairia com a sua mulher a qualquer hora. Bem... de repente a recíproca também pode ser verdadeira. Basta ela, só por um segundo, achar que você merece...Quando você reparar... já foi.

- Tente estar menos "cansado". A "mulher moderna" também trabalhou o dia inteiro e, provavelmente, ainda tem fôlego para - como diziam os homens de antigamente - "dar uma", para depois, virar pro lado e simplesmente dormir.

- Volte a fazer coisas do começo da relação. Se quando começaram a sair viviam se cruzando em "baladas", "se pegando" em lugares inusitados, trocavam e-mails ou telefonemas picantes, a chance dela gostar disso é muito grande, e a de sentir falta disso então é imensa. A "mulher moderna" não pode sentir falta dessas coisas...senão...

Bem amigos, aplica-se, finalmente, o tão famoso jargão "quem não dá assistência, abre concorrência".

Deste modo, se você está ao lado de uma mulher de quem realmente gosta e tem plena consciência de que, atualmente o mercado não está pra peixe (falemos de qualidade), pense bem antes de dar alguma dessas "mancadas"... proteja-a, ame-a, e, principalmente, faça-a saber disso.

Ela vai pensar milhões de vezes antes de dar bola pra aquele "bonitão" que vive enchendo-a de olhares... e vai continuar, sem dúvidas, olhando só pra você!

Arnaldo Jabor

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Levantar as âncoras, içar as velas, desfazer as amarras!


O tempo urge. E a caravana passa. O tempo urge, tem pressa e não pede passagem, então, antes que o vento acabe e a gente fique à deriva, melhor içar as velas e procurar um lugarzinho mais seguro... É duro quando a gente não consegue seguir as cartas quando o gps falha no meio do nada. Outro dia, quem sabe... Ou não.

A foto foi tirada num lugar especial, numa época perfeita e da companhia... nem preciso falar, né?
Copyright - http://hajahojeparatantoontem.blogspot.com/  http://travesdosolhosdaalma.blogspot.com/  Todos os direitos reservados.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

...foi quando eu senti, mais uma vez, que amar não tem remédio.

Tenho um amor fresco e com gosto de chuva e raios e urgências. Tenho um amor que me veio pronto, assim, água que caiu de repente, nuvem que não passa. Me escorrem desejos pelo rosto pelo corpo. Um amor susto. Um amor raio trovão fazendo barulho. Me bagunça. E chove em mim todos os dias.
Caio Fernando Abreu

Venha quando quiser, ligue, chame, escreva - tem espaço na casa e no coração, só não se perca de mim.

Chegue bem perto de mim. Me olhe, me toque, me diga qualquer coisa. Ou não diga nada, mas chegue mais perto. Não seja idiota, não deixe isso se perder, virar poeira, virar nada.[...]
Caio Fernando Abreu

Repito sempre: sossega, sossega - o amor não é para o teu bico.

[...] sabe que o meu gostar por você chegou a ser amor pois se eu me comovia vendo você pois se eu acordava no meio da noite só pra ver você dormindo meu Deus como você me doía de vez em quando eu vou ficar esperando você numa tarde cinzenta de inverno bem no meio duma praça então os meus braços não vão ser suficientes pra abraçar você e a minha voz vai querer dizer tanta mas tanta coisa que eu vou ficar calada um tempo enorme só olhando você sem dizer nada só olhando e pensando meu Deus como você me dói de vez em quando.
Caio Fernando Abreu

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Sê paciente, espera que a palavra amadureça e se desprenda como um fruto ao passar o vento que o mereça

Eugénio de Andrade

O que aconteceu

[...] entretanto me arrasto,
apêndice do coração,
vergando as espáduas gigantes.
Encho-me dum leite de versos
e, sem poder transbordar,
encho-me mais e mais.
(Maiakovski)

Leminski


[...] A vocês eu deixo o sono.
O sonho, não.
Esse, eu mesmo carrego.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Um grama de 'provavelmente' vale um quilo de 'talvez'.

Pena que ninguém se dá conta disso. Eu odeio (e olha que não gosto de usar essa palavra) talvez. Talvez, pra mim, é coisa de quem fica em cima do muro, de quem se veste de rodeios e de quem não sabe o que quer. Talvez é o cúmulo da incerteza. Melhor nem falar. Melhor é um 'não' bem (mal)dito que um talvez insosso. Talvez não tem nada, absolutamente nada de altruísta. Um talvez caminha no mesmo patamar que o  'não se prenda por mim'. Ambos não dizem nada com nada. Talvez é livro que a gente para de ler no meio do caminho: quase nunca volta pra terminar...

Prefiro ficar com o 'provavelmente'. Ou não fico com nada.

Os homens são como tapetes; às vezes precisam ser sacudidos.

Provérbio árabe

As palavras podem ferir mais que punhais; e o tom, mais que as palavras.

Frederico da Prússia em carta a Voltaire

Para um cavalo cansado, até seu rabo é um peso.

Provérbio Tcheco

Complemento com o bom e velho Sêneca:
É parte da cura o desejo de ser curado.
Só consegue quem quer... quem não quer, empaca.

A cólera prejudica o repouso da vida e a saúde do corpo; ofusca o entendimento e cega a razão.

Diderot

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A porta

Içami Tiba

Se você abre uma porta,
você pode ou não entrar em uma nova sala.
Você pode não entrar e ficar observando a vida.
Mas se você vence a dúvida, o temor, e entra,
dá um grande passo:
nesta sala vive-se !
Mas, também, tem um preço...
São inúmeras outras portas que você descobre.
Às vezes curte-se mil e uma.
O grande segredo é saber
quando e qual porta deve ser aberta.
A vida não é rigorosa, ela propicia erros e acertos.
Os erros podem ser transformados em acertos
quando com eles se aprende.
Não existe a segurança do acerto eterno.
A vida é generosa, a cada sala que se vive,
descobre-se tantas outras portas.
E a vida enriquece quem se arrisca a abrir novas portas.
Ela privilegia quem descobre seus segredos
e generosamente oferece afortunadas portas.
Mas a vida também pode ser dura e severa.
Se você não ultrapassar a porta,
terá sempre a mesma porta pela frente.
É a repetição perante a criação,
é a monotonia monocromática
perante a multiplicidade das cores,
é a estagnação da vida...
Para a vida, as portas não são obstáculos,
mas diferentes passagens!

domingo, 7 de fevereiro de 2010

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Um suco de laranja, um bauru, café com leite cor de caramelo com açucar e uma água com gás e limão espremido, por favor.

Mais uma coisinha: leva ali pra mim, na mesa à beira da piscina que eu quero ficar olhando as embarcações atracadas bem diante do meu nariz. Adoro cheiro de mar... ô vontade de ser cais!

P.S. A música leve e a brisa vem de graça.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

E restou o corpo dolorido de duas horas de caminhada pesada tentando colocar a cabeça no lugar.

Acordei com aquele gosto ácido de desprezo, passei a manhã mastigando a angústia de não saber o que vinha por aí, deixei-me levar pela alegria da tarde com os sorrisos alheios - muito embora aquilo tudo ficasse palpitando dentro de mim e a cabeça teimasse nos flashes de uma felicidade não tão remota assim - e pensei que fosse terminar o dia melhor. Ledo engano. Recebi a tua voz cheia de impaciência, um desprezo ainda maior e me senti afogada na rispidez das tuas palavras. Não te entendo... e não entendo toda essa má vontade. Às vezes parece que só te atrapalho... Me diz o que fazer, então, porque eu já não sei mais.


A necessidade cada vez mais aguda de ruído só se explica pela necessidade de sufocar alguma coisa
(K. Lorenz)

Soldier of love

Sade Adu

I've lost the use of my heart
But I'm still alive
Still looking for the life
The endless pool on the other side
It's a wild wild west
I'm doing my best
I'm at the borderline of my faith,
I'm at the hinterland of my devotion
In the frontline of this battle of mine
But I'm still alive

I'm a soldier of love
Every day and night
I'm a soldier of love
All the days of my life
I've been torn up inside (oh!)
I've been left behind (oh!)
So I ride I have the will to survive
In the wild wild west,
Trying my hardest
Doing my best
To stay alive

I am love's soldier!
I wait for the sound

I know that love will come (that love will come)
Turn it all around
I'm a soldier of love (soldier of love)
Every day and night
I'm a soldier of love
All the days of my life
I am lost
but I don't doubt (oh!)
So I ride
I have the will to survive
In the wild wild west,
Trying my hardest
Doing my best
To stay alive

I am love's soldier!
I wait for the sound
I know that love will come
I know that love will come
Turn it all around

http://www.youtube.com/watch?v=q4xb9TSIITY

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Fotografia

Se eu pudesse, deixaria tudo ali, naquela fotografia. Um beijo de bom dia, o desejo de estar junto, a felicidade incontida, uma palavra solta, um 'eu te amo' que saiu do nada, um sorriso de canto de boca, o abraço apertado, o beijo na nuca e um perfume de saudade que insiste em ficar...
Se eu pudesse, deixava o meu olhar distante, as minhas verdades, as minhas vontades.
Ah, se eu pudesse... me deixava ali, do teu lado, pra te sentir aqui, do meu lado, sempre que te sentisse lá longe e eu... tão perto.

Às vezes é melhor calar-se... Pelo menos não requer resposta.

Cold as ice

E eu? Sigo abraçada aos meus 'achismos'... Culpa tua que os alimenta fervorosamente na caldeira da minha ignorância. Por mais que digas que não. Pelo menos admites a frieza...

Faz de conta

Faz de conta que era amada como amava. Faz de conta que as estrelas ainda estavam ali. Faz de conta que tinha as respostas pra tudo.  Que não tinha as mãos - e os pés - atados. Faz de conta que estava ali porque não queria. Que o sol brilhava lá fora e a chuva não caía por dentro. Faz de conta que não sentia saudade. Faz de conta que era paciente. E assim, esperava. Faz de conta que ele entrava porta adentro outra vez. Faz de conta que vivia de novo, pra não morrer de amor.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Texto 184

Não queria chegar aqui. Não queria sentar-me à mesa como se fosse um velho amigo. Simplesmente não queria.

E o ‘vamos deixar as coisas fluírem e tudo se resolve por si só’ veio como um calço. Essa idéia do tal calço me satisfez por um – curto – tempo, mas depois se esvaiu, pois eu percebi que era só uma fantasia tola. Cresceu em seu lugar o velho sentimento de que já falei, uma sensação de que há algo maior por trás disso tudo. Às vezes, investigando pequenas incoerências, chega-se a grandes descobertas. Eu sentia que o problema era muito complexo para que eu o abordasse sem mais aquela, mas em vez de esquecer, resolvi, como de costume, investigar as causas e os efeitos para ver quais os fatores que poderiam levar a um impasse entre a sua visão sobre aquele calço e a minha. Um impasse. A gente senta e fica de olhar parado, pensando, procurando aleatoriamente novas informações, vai embora, volta, e depois de algum tempo os fatores não detectados começam a surgir.

Não sei... de repente me veio à cabeça a cena dos dois velhos amigos, um católico e outro protestante bebendo cerveja, dando risada um da cara do outro. Até que comecem a discutir sobre o controle de natalidade. A alegria toda se esvai e o que sobra é a intolerância, a impaciência e a vontade de sair correndo.

Achei melhor esperar até que acontecesse algo errado com a sua verdade universal; aí eu lhe mostraria como fazer. Mas agora, tudo me parece tão distante - você está tão distante - que mal consigo tocá-lo. Não sei mais como fazer. Tudo o que eu tento se torna uma avalanche de erros. E você não parece estar tão disposto a me ajudar com isso tudo. Como posso ser eu mesma se você não me dá chance de me aproximar?

O que faço? Espero? Afasto-me? Ou me afogo de vez nesse mar de angústia em que me abandonei? E eu que tinha achado que a coisa poderia não estar tão ruim, acabei por perceber que estava era péssima. É só insistir no assunto que, de repente, a gente descobre que já se zangou, sem nem saber por quê.

Não sei porquê, mas parece que você joga tênis... e eu jogo mal pra burro.

...

Tanta coisa e coisa nenhuma.

E fiquei eu assim, no meio do nada. Um tosco nada. Virei rabisco na orelha do livro de alguém. Bobeia e não me sobrou nem isso. Em que aorta eu me perdi que não me dou nem comigo?

Há dias em que morro de amor. Nos outros, de tão desamado, morro um pouco mais.

Casimiro de Abreu

E eu sigo assim: sempre com uma maldita ausência de qualquer coisa. Uma ausência maldita que me atormenta.

Se uma pausa não é fim e silêncio não é ausência, se um ramo partido não mata uma árvore, um amor que é perdido, será acabado?

Ana Hatherly