quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Emburreço, às vezes...

Nossa! Tempinho sem postar aqui, mas me ocorreram tantas coisas que quase atropelo a mim mesma. Coisinhas, detalhezinho qualquer que a gente passa batido - que são importantíssimos para o desenrolar da coisa -, nem vê. Esse tipo de coisa quase (e friso bem o 'quase'), cegaram a minha pessoa aqui. Sabe aquela freada com gosto? Aquela em que você está a uns 130 km/h numa estrada perfeitinha (de longe parecia, ao menos) e de repente aparece qualquer coisa do nada, como se tivesse caído do céu bem ali, pra atrapalhar o andamento da viagem egotrip, talvez? rs - isso me lembrou Maurício Gasperini e Rádio Táxi - gente, amo vocês...) e você, além de pisar fundo no freio (ainda bem que tem ABS porque as condições não eram assim tão boas) e pra garantir ainda puxa o freio de mão? Se pudesse desligava o carro de uma só vez e acionava o botãozinho de ejetar (ah, mas esse infelizmente não vem equipado com esse opcional).

Enfim, ao que interessa...

O ser humano tem uma capacidade incrível de emburrecer com o tempo (apesar de já nascer burro, melhora um tiquinho e depois, cai outra vez). É isso mesmo. Emburrecer. Perder um tantico da inteligência, da esperteza e, de quebra, parte significativa da massa encefálica. Nós, mulheres, então... nossa! Temos uma capacidade incrível de 'emburrecer' cada vez que nos relacionamos com o sexo oposto. Friso aqui relacionamentos afetivos. De repente, aquele furacão que somos, o poço de inteligência, de destreza, de auto-confiança e afins... emburrece! E isso é sério. E de 5 frases ditas, grande parcela das que saem das boquinhas avermelhadas tanto desejadas por eles, homens, começa com 'será que ele...'. Hilário? Chega a ser mesmo. Mulheres, meninas, moças e até aquelas que tem uma fama não muito bacana, emburrecem emocionalmente.

Ah, homens, mal imaginam vocês o poder que exercem sobre a alma feminina... quando querem, lógico. Roubando a frase do Ney, amigo da Jana: 'Tendo-me como referencial, o amor é cego, surdo, mudo, tetraplégico e retardado.' Completo eu: precipício? E eu lá sei voar???? E lá vamos nós atirar estes nossos corpos cuidadosamente desenhados e nossas cabecinhas brilhantes precipício abaixo... Uma lástima, mas são com essas quedas fantásticas que aprendemos (algumas nunca aprendem) que a vida é, sim, um grande, imenso jogo de xadrez. E nós somos meros peões (ou coisa melhor) avidamente expostos no tabuleiro por alguém que chamamos de 'nós mesmos'. Não, meus caros, Deus não tem nadica de nada a ver com isso. Nós jogamos e nos jogamos. E somos nós mesmos - sinto lhe informar - quem nos suicidamos (olha a redundância aí, gente!!)ali, diante de um rei qualquer, no espaço que criamos, numa estória que a gente escreveu. E ainda assim, há beleza na queda. As cicatrizes, expõe quem quer. Assumo: sou bem feliz com as minhas. Sinto-me viva e prossigo. E sempre digo que não vai acontecer outra vez, que não me permito e todo aquele blábláblá que já estão todos carecas de saber... e lá vou eu de encontro ao engodo outra vez. É. Eu também emburreço, às vezes. Noutras, acordo antes de arrancar o cérebro pra fazer picadinho. Mas algo sempre se perde. E algo sempre se ganha. Nunca saímos de mãos vazias.
(Isso me lembrou 'Agora eu sei', escrita por Freddy Haiat e Guilherme Isnard, da banda Zero, que embalou muitos sonhos meus e diz assim: 'Quem vive mente mesmo sem querer/E fere o outro, não pelo prazer/Mas pela evidente razão, sobreviver'... aquela coisa do jogo, lembra?)

Sem nexo? Talvez. O lado bom da coisa é que quando a gente 'emburrece', enxerga menos (o pior cego é aquele que não quer enxergar), ouve menos (seleciona só as coisas boas) e não vê nada de errado nisso. Chega a ser um engodo 'bom'. Seria cômico se não fosse tão trágico. Daria uma ótima tese. Mestrado, doutorado... você escolhe!

E como diria Gonzaguinha: '...é a vida, é bonita e é bonita!' Por quê? À *erda com os porquês... Isso é amor.

0 comentários: