quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Cartas


Vivo obsedada, e considero como que perdido o tempo que não passo a te escrever...

Levanto-me tarde; é verdade, que eu me deito tarde, mas isto não é uma razão. A verdade é que nestas últimas noites não te tenho conseguido tirar do pensamento. Tenho sido visitada por tão deliciosos sonhos, que não tenho coragem, pela manhã, de me arrancar à doce impressão que eles me deixam; procuro, ao contrário, prolongar por mais tempo possível o sono, por meio de vagos e doces devaneios.

Repreende-me, mas perdoa-me, meu caro, pois eu te prometo que essa preguiça de amor não se apoderará mais de mim. Serei violenta, se for preciso, arrancar-me-ei à doçura de sonhar contigo, a fim de ocupar-me de realidade.

Ama-me, tu a quem eu amo como jamais se amou alguém, e beija-me, tu, cujas faces eu beijo com transportes de respeito e de amor.

Adeus; enquanto te espero, beijo mil vezes a boca, sobre a qual não posso pousar a minha.

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